Tuesday, March 20, 2007

The Gift :: Facil de Entender

O novo álbum é um piscar de olho ao futuro"

Começou por ser o projecto de um simples DVD. Mas à medida que as ideias foram ganhando rumo, começaram a "encará-lo como um novo disco". Assim, chega hoje às lojas "Fácil de entender", o mais recente trabalho da banda portuguesa The Gift, com duas edições distintas. Uma, especial, em formato livro com fotografias, duplo álbum e um DVD. A outra, "Essencial", composta apenas por um disco e um DVD.

No fundo, é a compilação de músicas antigas da banda, do tempo de "Vynil" (1998) ou do trabalho "AM/FM", que ganharam "um sentido diferente" à conta dos novos arranjos", confessa a vocalista Sónia Tavares. "Até porque somos outros, mais crescidos. Até a voz mudou. É engraçado cantar músicas do primeiro álbum que me soam muito melhor agora", acrescenta.

A par das músicas que somaram êxitos - como "Music", "Driving you slow" ou "Ok (Do you want something simple?)" - a banda oferece ainda duas músicas inéditas, "Nice and sweet" e "645". "São dois ambientes diferentes. Na primeira há o nosso lado mais calmo e pisca o olho a uma nova estética. Já '645' é a melhor música que o Nuno (Gonçalves) fez até hoje", descreve Sónia. E conclui "É, assim, um trabalho novo, porque tem duas canções inéditas, tem um rumo estético novo, e apesar de termos feito um apanhado de canções antigas elas aparecem com outra sonoridade. E isso, aponta caminhos diferentes. Este novo álbum poderá ser um piscar de olho ao futuro".

Dicotomia "AM/FM"
Do DVD e dos dois álbuns fazem parte os dois concertos especiais que a banda de Alcobaça gravou, em Abril, num estúdio de Loures. Foi levar mais além a dualidade do álbum anterior "AM/FM". "Não é um tradicional álbum ao vivo. Gravamo-lo em dois dias distintos", explica a vocalista Sónia Tavares. "Há um lado íntimo ("AM") e outra vertente mais arrojada e explosiva dos The Gift ("FM"). No primeiro dia tínhamos harpas, coro e violinos e, de repente, no segundo dia fizemos com que a casa explodisse", acrescentou.

Tudo enquadrado num "arrojado" cenário, da autoria de Waine Santos, onde nasceu "a casa dos Gift como espaço de criação".

Aliás, é desta forma que o grupo arranca a digressão nacional, a 10 de Novembro, em Sintra. Depois, seguem-se Santa Maria da Feira, Alcobaça, Figueira da Foz, Faro, terminado em Dezembro no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

Marta Neves
in Jornal de Notícias -2006-10-30