Saturday, February 10, 2007

the Gift :: Vinyl.. Noites Ritual Rock '99

Noites Ritual Rock '99
A música tomou de assalto os jardins do Palácio de Cristal.

A noite de ontem foi de Ritual Rock, um festival que trouxe à cidade invicta os The Gift, a banda de Alcobaça que mostrou que o trip hop veio para ficar.
Depois das actuações dos Haus en Factor, dos Urbanature e dos Cio Soon, no Palco Ritual, subiram ao Palco Principal os Coldfinger, seguidos dos "clientes habituais da casa", os Repórter Estrábico.
Foi preciso esperar quase meia hora para ver os The Gift em palco, mas valeu a pena, a banda de Sónia, Nuno, John e Miguel mostrou porque é que é considerada uma das melhores bandas portuguesas.
A abrir...o sonho..."Dream With Someone Else's Dream". Seguiram-se outros temas, como "Real", o segundo single a retirar do álbum Vinyl. "O.K.Do You Want Something Simple?" claro que não, numa actução complexa, Sónia Tavares ganhou o apelido de "stage animal". Mas Nuno Gonçalves não lhe ficou atrás, em "Concret" falou, cantou, mas sobretudo encantou quem pensava conhecer as coisas concretas da vida como... o amor! E o público mostrou que sabia "Ouvir"! Um soberbo grupo de cordas e metais acompanhou a banda freneticamente, em "Change" ou "Nowadays".
Nos momentos em que parava, para refrescar os graves, Sónia Tavares falou de temas novos e antigos, de próximos singles ou de temas já bem conhecidos de todos, mas a verdade é apenas uma: o público cantou todos os temas, como se fossem músicas de uma infância perdida, revista num "(My) Lovely Mirror".

Sandra Pereira
in www.paredesdecoura.com - Porto, 27 de Agosto de 1999

The Gift :: Vinyl.. Aula Magna

Revisão do concerto na Aula Magna

Os The Gift apresentaram-se na Aula Magna, em Lisboa, num concerto que representou o culminar de uma digressão por todo o país e a sua "prova de fogo". Passemos aos factos.
São quase 23h00, quando começam a soar as primeiras notas do instrumental "La Folie", com o palco ainda vazio. O público que quase enchia a Aula Magna, e que começava já a denotar alguma impaciência, começa de imediato a acompanhar o ritmo com palmas. A banda vai entrando em palco, tomando os seus lugares, bem como os músicos convidados, nas secções de cordas e metais. Os aplausos redobram. Quando Sónia Tavares, a vocalista, entra em palco, é o delírio.
Está criado o ambiente para uma noite que se irá desenrolando em crescendo, até culminar com a total rendição do público e o êxtase da banda.
O primeiro tema é "Dream with someone else's dream", que foi, sem dúvida, o pior da noite. Feedback, voz irregular, graves desajustados... no entanto, as correcções necessárias vão tendo lugar e a prestação ganha consistência.
Segue-se "Real (Get me for...)", "Changes" e "Love Boat", este último lindíssimo, com o problema dos graves finalmente resolvido, mediante a insistência do guitarrista. Julgo ter sido este o ponto a partir do qual tudo soou perfeito, com os The Gift no seu melhor.
No seguimento, "Ok! Do you want something simple", tema que, segundo Sónia - "talvez vocês já tenham ouvido por aí...". É notável a sua auto-confiança, a desenvoltura que demonstra em palco, tanto na forma de se movimentar, como de se dirigir ao público. E Sónia tem perfeita consciência disso. Em "OK!..." o público entrega-se totalmente, cantando em uníssono, com deleite e emoção inegáveis. É, aliás, esta capacidade de criar temas quase épicos, intensos, emocionais que mais me agrada nos The Gift, numa altura em que a música parece evoluir num sentido cada vez mais "inorgânico".
"Ouvir" é o primeiro tema da noite com um arranjo diferente do apresentado no álbum Vinyl, tornando-se bastante mais dançável e merecendo improvisação por parte de Sónia. A secção de cordas tem a sua oportunidade de "brilhar" na parte final do tema, com uma prestação absolutamente irrepreensível e muito aplaudida. Segue-se "First Chapter".
Nuno Gonçalves toma a vez de Sónia, em "Concret", tema que diz respeito à incerteza do grupo quanto ao acolhimento do seu trabalho. Apesar da fragilidade da voz de Nuno, a capacidade de conquistar o público, talvez pela sua evidente "sinceridade", esteve inteiramente presente.
"Truth" tem uma recepção entusiasta por parte da Aula Magna, com direito a coro, que se prolonga para o excelente "Nowadays", após o qual os The Gift se despedem uma primeira vez de um público perfeitamente arrebatado. Nesta altura, quase toda a sala aplaude de pé e o regresso não se faz esperar.
"My lovely mirror" tem direito a uma introdução instrumental prolongada, executada por Nuno, ainda sozinho em palco. Segue-se o único novo tema apresentado pelo grupo, "Five minutes of everything", suportado por imagens vídeo e resultando bastante eficaz, embora não tão intenso como outros. A sua estrutura parece mais próxima do formato pop-song convencional do que qualquer outra. Dá-se nova despedida e série de agradecimentos.
A banda volta aos seus lugares e interpreta "Weekend", criando o que foi, na minha opinião, o momento (mais) alto da noite. A música soa bastante mais intensa e rápida do que na sua versão "vinylica", originando a entrega total de Sónia, que se movimenta freneticamente sob efeitos de luzes muito bem conseguidos (o que não foi uma constante ao longo do concerto), até ao final do tema, com a bateria rapidíssima, como que a sair de controlo, mas no bom sentido. Fantástico é a palavra para descrever o momento.
Para "The end", apenas ficam Nuno e Sónia em palco, com esta a pedir silêncio - "vamos criar aqui um momento muito íntimo". É chegada a altura prevista pela banda para o encerramento. No entanto, a terceira despedida da noite não seria ainda a última... O público exige mais, e não se vê ninguém a abandonar a sala.
O final, com "Ok! Do you want something simple", o único momento não planeado em todo o concerto, pode ser descrito como um momento de comunhão colectiva total. Toda a sala se levanta, dançando e cantando, com uma entrega raramente observada, que culmina com a invasão do palco por parte de largas dezenas de pessoas. A felicidade dos elementos da banda era inegável, bem como a empatia e proximidade gerada em relação ao público.
A impressão indelével que me fica de todo o concerto pode ser resumida numa palavra. Entrega. É para isso que servem os presentes.

Sónia Godinho
in www.paredesdecoura.com - 9 de Junho de 1999

The Gift :: Vinyl.. Paredes de Coura 1999

Paredes de Coura '99

Numa noite de fortes emoções e muita dança, o festival de Paredes de Coura viveu a melhor noite de concertos deste ano. Os milhares de pessoas que invadiram a pacata vila no norte do País cantaram, dançaram e participaram activamente em todos os concertos do palco principal. (...) ...The Gift (com novo alinhamento e uma atitude a marcar o início da fase adulta da banda). Fossem todos os dias assim.

(...)

...O segundo concerto da noite trouxe mais um grupo português a palco: os The Gift. Há uma semana tinham encerrado, talvez de forma menos feliz, o Festival do Sudoeste.

Em Paredes de Coura encontraram uma segunda oportunidade para mostrar que, de facto, sabem fazer melhor do que o mostraram na Zambujeira do Mar. E fizeram-no: com a arte e a mestria reconhecida e que os transformou em algo mais do que uma promessa do panorama musical português.

O concerto começou ao som de «Five Minutes of Everything», seguindo um excelente (e inovador) alinhamento de canções que conseguiu manter o ritmo ao longo de toda a actuação.

«Ok Do You Want Something Simple» começa a tornar-se num hino entoado por todo o público (falta, talvez, maior força na «batida» que marca o ritmo, a justificar a introdução de uma nova «máquina»), mas «Real», o próximo single do álbum de estreia «Vinyl», com o toque tropical de salsa, começa a conquistar os ouvidos.

O horário de entrada das bandas em palco foi cumprido à risca. Por isso, a actuação dos Gift foi encurtada. «Nowadays» encerrou um concerto de grande qualidade. Sinal mais para a melhoria considerável do som, o «regresso» da voz de Sónia Tavares e os novos arranjos e jogos de «scratch» e samplers (muito bom o trabalho dos irmãos John e Nuno Gonçalves).

Após os The Gift, entraram em palco os Rae and Cristian. O hip hop deste grupo não suscitou a participação do público.

Depois do contributo activo no concerto dos Gift, a vontade era a de permanecer sentado e, de vez em quando, bater umas palmas só porque os portugueses são boas pessoas!...

(...)

Numa noite de fortes emoções e muita dança, o festival de Paredes de Coura viveu a melhor noite de concertos deste ano. Os milhares de pessoas que invadiram a pacata vila no norte do País cantaram, dançaram e participaram activamente em todos os concertos do palco principal. (...) ...The Gift (com novo alinhamento e uma atitude a marcar o início da fase adulta da banda). Fossem todos os dias assim.
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...O segundo concerto da noite trouxe mais um grupo português a palco: os The Gift. Há uma semana tinham encerrado, talvez de forma menos feliz, o Festival do Sudoeste.

Em Paredes de Coura encontraram uma segunda oportunidade para mostrar que, de facto, sabem fazer melhor do que o mostraram na Zambujeira do Mar. E fizeram-no: com a arte e a mestria reconhecida e que os transformou em algo mais do que uma promessa do panorama musical português.

O concerto começou ao som de «Five Minutes of Everything», seguindo um excelente (e inovador) alinhamento de canções que conseguiu manter o ritmo ao longo de toda a actuação.

«Ok Do You Want Something Simple» começa a tornar-se num hino entoado por todo o público (falta, talvez, maior força na «batida» que marca o ritmo, a justificar a introdução de uma nova «máquina»), mas «Real», o próximo single do álbum de estreia «Vinyl», com o toque tropical de salsa, começa a conquistar os ouvidos.

O horário de entrada das bandas em palco foi cumprido à risca. Por isso, a actuação dos Gift foi encurtada. «Nowadays» encerrou um concerto de grande qualidade. Sinal mais para a melhoria considerável do som, o «regresso» da voz de Sónia Tavares e os novos arranjos e jogos de «scratch» e samplers (muito bom o trabalho dos irmãos John e Nuno Gonçalves).

Após os The Gift, entraram em palco os Rae and Cristian. O hip hop deste grupo não suscitou a participação do público.

Depois do contributo activo no concerto dos Gift, a vontade era a de permanecer sentado e, de vez em quando, bater umas palmas só porque os portugueses são boas pessoas!...

(...)

Filipe Rodrigues da Silva / Rita Rocha
in Diário Digital - 15 de Agosto de 1999

The Gift :: AM-FM

Enchente na recepção aos The Gift

Apesar de ser a última banda a entrar no palco, os músicos de Alcobaça tiveram uma recepção fulgurosa. O público presente respondeu ao espectáculo saltando e, entoando músicas tão conhecidas como " Music", "Ok, do you want something simple" ou "Driving you slow". Por Patrícia Costa
por Joao Madureira
Depois do "Vinil Tour" e do "Film Tour", The Gift apresentaram o seu último álbum "AM- FM", com uma actuação diferente das demais já realizadas na noite de sábado.
Apresentaram-se em palco "escondidos" por um véu transparente e com um jogo de luzes variadas.
Em conferência de imprensa, os músicos portugueses admitiram ter sido "um grande concerto", destacando o "espírito de festa" que os envolvia.
No final e em tom de crítica à comunicação social , revelaram que o grupo "não foi esquecido, nem sobrexposto" e que é "normal" que os singles não sejam conhecidos por todos os apreciadores de música.

in ACabra -2006-05-08