Monday, December 04, 2006

The Gift :: Film















in Promusica - 2001

Gentilmente enviado por Nuno Lourenço - http://nunoaovivo.blogspot.com

Wednesday, November 29, 2006

The Gift :: Film









in DnMais, suplemento do Diário de Notícias - 7 de Abril de 2001

Thursday, November 23, 2006

The Gift :: Manchester Mad Remixes

Alcobaça
"The Gift" e Rodrigo Leão revivem Manchester


Os "Gift" actuaram por duas vezes no dia 14 de Dezembro, no bar Clinic, em Alcobaça. A banda ofereceu aos seus fãs, membros do Gift Information System, o seu clube oficial, um espectáculo à porta fechada, durante a tarde. Já à noite, o recinto repleto de pessoas reuniu o ambiente perfeito para ver o projecto Manchester Mad Remixes, que reuniu os "Gift", Rodrigo Leão e Pedro Oliveira, com o filme "24 Hour Party People", onde interpretaram músicas dos anos 80, de Manchester.

"Uma noite e, sobretudo, um dia em cheio", referiu Nuno Gonçalves, um dos elementos do grupo. Segundo o músico, o principal objectivo da banda "está já a dar os primeiros passos", ou seja, "termos uma carreira internacional, a todo o custo". A digressão nos Estados Unidos bastou para choverem contactos para futuros espectáculos, não só por lá mas também na nossa vizinha Espanha.

Quando foi pedido um balanço dos últimos tempos dos "Gift", Nuno Gonçalves sorriu. "É tudo muito positivo. Desde há uns meses que não paramos. Foram e são muitos concertos e muito investimento nosso, para o futuro dos "Gift", concluiu. A 10 de Janeiro, a banda alcobacense toca no Centro Olga Cadaval, em Sintra, naquela que será uma oportunidade única para ver a banda em palcos portugueses durante 2003.

Intitulado "Me, Myself And I", o espectáculo foi criado em torno de um conceito mais íntimo, misturando o que foi feito na Vynil Tour, na Film Tour e nos concertos realizados nos clubes norte-americanos por onde passaram. A 17 de Janeiro, o grupo parte para uma digressão em Espanha, tendo já marcados dois regressos aos Estados Unidos e uma passagem por França.

Ana Figueiredo
in tintafresca.net - 12-2002

The Gift :: AM-FM...Concerto Alcobaça

Disco já vendeu 10 mil cópias
The Gift: digressão portuguesa de AM+FM começou no Cine-Teatro de Alcobaça


Após terem lançado o duplo CD AM+FM em Londres, Los Angeles e Nova Iorque, as capitais da indústria discográfica mundial, os Gift escolheram Alcobaça para a estreia da sua digressão nacional. O regresso a casa teve lugar nos dias 3 e 4 de Dezembro no renovado Cine-Teatro de Alcobaça, pequeno demais para acolher todos os fãs que desejaram ver ao vivo uma das bandas mais bem sucedidas do pop português. The Gift estiveram iguais a si próprios e, após 5 dias de lançamento, ocupavam já o Top das lojas FNAC e Valentim de Carvalho esgotando a primeira edição de 10 mil cópias, correspondendo a Disco de Prata..

AM+FM dá um maior destaque à voz de Sónia Tavares e o papel principal assumido pela vocalista dos Gift foi bem notório neste concerto. Guess Why e Wake Up, cantadas com os músicos separados do público por uma tela translúcida deram um tom introspectivo ao início do concerto. O resto do espectáculo desenrolou-se em crescendo com I Am Am, Are you Near?, Wall Paper, Wake Up, 1977, Elisa, Bonita e Guess Why do disco AM e Driving you Slow, 11:33, Cube, Music, An Answer, Pure, You know e Red Light de FM. Question of Love, So Free (3 acts) e Front of foram as únicas canções dos álbuns anteriores, Vynil e Film, cantadas nesta noite

No final, Nuno Gonçalves referiu ao Tinta Fresca não estar surpreendido com o êxito inicial do CD porque sabia que o público fiel aos Gift iria responder a curto prazo, não só com os discos, mas também acorrendo aos concertos de Alcobaça, Lisboa e Porto, todos eles com lotação esgotada. AM é o disco mais íntimo do duplo CD e FM o disco com músicas mais extrovertidas. Uma estratégia que não se destina a públicos diferentes, antes são "duas faces da mesma moeda, não deixando de ser um disco dos Gift. Houve dois estilos que se demarcaram aquando da composição e que era importante dividi-los à nascença, mas ambos são representativos da sonoridade dos Gift", esclareceu o músico.



A estreia no estrangeiro foi "uma coincidência pensada", segundo o teclista da banda: "Sabíamos que o disco iria sair a meio de Novembro e já tínhamos uma data previamente marcada para Londres. Além disso, tinham o desejo de dois vídeo-artistas, um de Nova Iorque e outro de Los Angeles, de fazerem um vídeo com os Gift. A isto juntou-se a possibilidade de fazermos a primeira parte de um grupo de jazz no clube do BB King. Assim, decidimos fazer 4 concertos em 9 dias em Londres, Nova Iorque e Los Angeles, as três capitais da indústria musical. Apresentámos e entregámos em mão o disco às pessoas da indústria e agora esperamos que os e-mails cheguem e que as pessoas se tenham identificado com o disco".

O músico adianta que, tal como em Film, o grupo gravou também com orquestra de cordas em Londres, mas quis transportar para palco um espectáculo mais simplificado em termos de pessoas, mas mais evoluído e mais difícil de montar em termos de tecnologia. A palavra sincronização está presente neste espectáculo harmonizando música, luz e som e o público pôde sentir esse profissionalismo em palco, aliás, uma imagem de marca dos Gift desde a primeira hora. A própria parede de legos que produziu em palco um jogo de luzes muito contemporâneo veio da Alemanha, uma aposta dos Gift no sentido de dar um passo em frente em termos cénicos nos concertos em Portugal.

Durante quase dois anos, os Gift quase se eclipsaram dos palcos nacionais. Nuno Gonçalves explica que, de 2001 a 2002, a banda efectuou uma digressão de cerca de ano e meio com base no CD "Film" e a partir daí lançaram-se à conquista do mercado internacional. O disco saiu também em Espanha, País onde fizeram cerca de 40 concertos, voltando depois aos Estados Unidos para fazerem digressões na Costa Leste e na Costa Oeste. Além disso, estiveram em Milão a gravar um espectáculo para a MTV.

"Até Janeiro de 2004 nunca estivemos parados. A partir daí é que parámos um pouco para compor o disco que é um trabalho não visível. Nós achamos que os ciclos fazem sentido. Se nunca parássemos, não se notava a evolução dos Gift e o regresso não teria tanto impacto. Nós achamos que os Gift são uma banda de ciclos", refere o músico.
Esta digressão distingue-se por começar em casa e não em Lisboa ou Porto, como é habitual. E se esta estreia é uma honra para a cidade de Alcobaça, os Gift consideram ser também uma honra para o próprio grupo, que faz questão de manter as suas raízes.

Este é o lançamento mais pensado dos Gift e o que está a dar melhores resultados: "Sentimos que estamos a ter um impacto na imprensa que pensamos ser merecido, o que prova também que os Gift já não são só uma esperança, mas uma confirmação. Existem ainda lacunas em termos de divulgação, temos a música nos anúncios dos telemóveis, nas televisões e na Antena 3, mas há rádios que teimam em não passar as nossas músicas e embora isso nos chateie um pouco achamos que há outras formas de promover a nossa música. Antes das privatizações era difícil passar tudo o que era novo em termos culturais na televisão, mas hoje em dia já se vêem programas de Cultura nos canais privados. A Cultura está na moda o que é muito bom", considera Nuno Gonçalves.

O mais novo dos irmãos Gonçalves elogia a programação do recém-inaugurado Cine-Teatro de Alcobaça para o último trimestre de 2004, mas alerta que não há ainda nada programado para 2005. Nuno apela à autarquia para colocar à frente deste espaço bons programadores que conheçam o tipo de público que há em Alcobaça, ao mesmo tempo que se regozija por o público estar a responder afirmativamente. Com efeito, até esta data, todos os espectáculo esgotaram, à excepção de um, "o que prova que a actual equipa tem sucesso", defende.

O músico elogia ainda as condições do Cine-Teatro e reconhece que os Gift não depararam com qualquer limitação em termos de palco. Na sua opinião, o único senão da sala é o reduzido número de lugares para os espectadores, apenas 330. A culpa é do pequeno auditório do 2º piso que "rouba uns preciosos 70 ou 80 lugares que dariam para acolher as pessoas que hoje não conseguiram bilhete para este concerto". Para estes, a opção pode passar pela televisão, pois os concertos de Alcobaça foram gravados e vão passar antes do Natal na SIC Notícias e na SIC Radical.

Mário Lopes
in tintafresca.net - 09-12-2004

Wednesday, November 22, 2006

The Gift :: AM FM ...Entrevista



in UM Dicas - 25 de Maio de 2005

The Gift :: AM FM... Entrevista



in A CABRA - Jornal Universitário de Coimbra - 15/02/2005

The Gift :: AM FM ...Entrevista













in DITO - Associação Académica da Universidade de Evora - Setembro 2006

Saturday, November 11, 2006

The Gift :: AM FM ... Entrevista

Entrevista com The Gift


Nas comemorações deste ano do 25 de Abril, Odemira recebeu os The Gift como atracção principal. Provaram no concerto uma grande competência e profissionalismo e que sabem dar um espectáculo de entretenimento como ninguém. Após o concerto, os líderes da banda, Sónia Tavares e Nuno Gonçalves, concederam uma entrevista para a Rádio Maré Alta, que faz agora uma parceria com o hiddentrack.net.

Qual é a vossa opinião quanto ao concerto que deram agora aqui em Odemira e quanto ao público?
Nuno Gonçalves: Como a Sónia disse durante o concerto esta tem sido uma longa jornada. O último fim-de-semana foi longo e ela também foi sincera em dizer que foi um pouco cansativo. Mas não há melhor forma de acabar o cansaço do que chegar a um sítio destes completamente cheio como estava e ter as pessoas a vibrarem por uma causa que, apesar de já ter passado há algum tempo, ainda continua a ser nobre que é o valor da liberdade. Nós ficamos sempre contentes de vir aqui tocar nestas alturas. E o facto de nós termos vindo duma cena de Coliseu, que foi uma data difícil de preparar... Tivemos ensaios diários durante quase um mês e meio, depois fomos para Vila Real, Barcelona e hoje Odemira. Foi realmente uma jornada bastante dura, fisicamente e até psicologicamente porque são muitas horas de viagem. Mas foi óptimo, sentimo-nos super bem em palco e o cansaço ficou só mesmo dentro das carrinhas, graças a Deus.

O concerto do Coliseu foi um concerto muito especial, com vários convidados e muitas surpresas…
N.G.: O espectáculo que levamos a todo o País talvez tenha sido 70 por cento do que é o Coliseu. Não fazemos grandes diferenças entre os espectáculos das grandes cidades e das cidades mais pequenas, até porque vimos duma cidade muito pequena, que só há poucos anos é cidade, vimos duma vila mediana que é Alcobaça. E levámos durante muitos anos com isso, nos anos 80 e 90, em que as bandas levavam quatro, cinco luzes e só nas grandes cidades é que levavam a produção a sério. Tentamos sempre levar o espectáculo a sério para as pessoas, com o melhor som, melhor luz, com um ecrã único em Portugal e é isso que nós queremos. No Coliseu, obviamente porque também é uma sala maior, tivemos alguns convidados, o Rodrigo Leão e o Pedro Oliveira (ex-Sétima Legião e Cindy Kat) foram tocar dois temas connosco, estreámos uma música nova que por acaso hoje também tocámos cá. Portanto, são sempre concertos que estão rodeados duma grande emoção e é basicamente isso, uma sala maior.

Acreditam mesmo que existe o movimento Madbaça?
N.G.: Os críticos gostam sempre de ter alguma coisa para falar. Dizem bem, dizem mal ou então têm alguma coisa para falar e essa história do madbaça foi muito curiosa porque o Madchester que se criou nos anos 80 em Manchester era um movimento que tinha bandas, tinha noite, tinha clubes, tinha coisas boas na música, mas também tinha coisas muito más que eram as drogas, as dependências e os artistas a chegarem rápido demais e para logo caírem em decadência. Portanto se o Madbaça significa bandas boas, pessoas a divertir-se e criatividade efervescente, eu assino por baixo; tudo o resto não, portanto quando se fala em Madbaça é sempre um bocadinho estranho porque quem é conhecedor do movimento que foi o Madchester também não ia achar muita piada. Acho que Alcobaça é uma cidade que, apesar de não ter muito apoio cultural em termos camarário, tem bandas com um sangue quente, que gostam de tocar, gostam de experimentar, gostam de se juntar com os amigos e fazer bandas. A partir do momento em que há uma banda como os Gift que consegue conquistar os mercados nacionais e internacionais ainda ganha mais motivações e nós ficamos orgulhosos também de traçar de alguma forma o caminho para eles. Depois temos também o Clinic, que é um clube onde se levam lá quase mensalmente as bandas novas portuguesas, as bandas internacionais, DJs nacionais e internacionais, o que também estimula criativamente as pessoas, portanto existe realmente ali uma grande criatividade à volta daquela cidade.

E identificam-se de alguma forma com o som de Madchester, de bandas como New Order, Joy Division…
N.G.: Não são influências directas, mas são bandas que ainda ouvimos obviamente. Mas não podemos dizer que são influências directas da banda, não considero.

A aposta que têm vindo a fazer no estrangeiro ao longo dos anos já deu muitos frutos?
Sónia Tavares: Vamos tendo alguns frutos. De qualquer forma, o que andamos a fazer no estrangeiro, nomeadamente em Espanha - tivemos algumas datas na América e pontualmente em Londres e por aí fora -, passo a passo, vamos tentando implementar o nosso nome. O que nós pretendemos é ter o nosso disco nas lojas, bem distribuído, com um bom selo, que é o que conseguimos agora em Espanha. Andamos em digressão lá ao mesmo tempo que aqui em Portugal, temos sempre muito trabalho. Mas o que queremos para nós, para os Gift… não sonhamos em ser famosos internacionalmente. Isso também é sonhar... ainda que se possa sonhar, não é? Mas não somos loucos, temos os pés bem assentes na terra. Queremos ter o nosso disco bem distribuído, bem promovido, com os concertos devidos e com os concertos que fazem parte da promoção dum disco. Queremos também que as pessoas, pelo menos num mercado mais pequenino, talvez mais alternativo, nos vão conhecendo passo a passo e que nós possamos continuar por aí fora nesses países. Era loucura ficar a fazer digressões atrás de digressões aqui em Portugal. Há muitas pessoas que se acomodam a ganhar o seu dinheiro aqui em Portugal e ficam à espera que as coisas vão acontecendo sempre aqui e estão bem. Nós também estamos bem, o nosso povo é o português, o nosso público é o português e é obviamente para ele que trabalhamos. Mas como gostamos muito daquilo que fazemos, achamos que ir além fronteiras não nos faz mal nenhum. Muito pelo contrário: se não conseguirmos nada, pelo menos não morremos sem tentar.

Têm, sendo assim, uma grande necessidade de arriscar?
S.T.: Sempre tivemos necessidade de arriscar e acho que é por isso que estamos onde estamos hoje.

Com todo o sucesso que tiveram com o último disco AM-FM e por terem ganho um dos prémios MTV, sentem muita pressão na composição do próximo disco?
N.G.: Nós sempre nos escapámos da pressão. Ela nunca correu muito atrás de nós e se ela correu, nós corremos mais depressa. Não, não sentimos isso. Primeiro porque…eu compreendo que exista alguma pressão a nível internacional de grandes bandas que vendem milhões de discos e aí há até uma pressão editorial. Agora, pressão criativa... não creio que qualquer artista sinta uma pressão, para ser sincero. Acho que se a pessoa vender a música que faz e esta lhe vier de dentro, essa inspiração não vai acabar. Um amigo meu tem uma expressão muito engraçada que diz “a inspiração sabe onde tu moras e a qualquer momento ela vai lá bater-te à porta”. Portanto tens que ficar em casa à espera e tentar. É um bocado isso, porque isto de fazer música…obviamente que há muita inspiração, mas também tem que haver muita transpiração, como eu costumo dizer. Então acaba por ser isso. A pressão nós não lidamos com ela.

Com a apresentação deste novo tema, já estão a pensar em datas para a composição dum novo disco?
N.G.: Nós desde o início deste ano que preparámos um grande projecto que foi gravado há três semanas atrás: um DVD ao vivo da banda que foi encarado como um novo disco. Este novo disco dos Gift vai sair ainda até ao final deste ano. Foram duas noites gravadas num estúdio de televisão só com convidados. Fizemos também um passatempo na Internet para os fãs irem. Foram duas noites onde foram recordados temas velhos e temas mais recentes, todos remisturados, rearranjados e reapresentados sob a batuta do conceito AM-FM. Tínhamos um lado mais íntimo, que foi a primeira noite, onde tínhamos um cenário adequado e as pessoas estavam sentadas num habitat adequado a essa estética. Passados dois dias, resolvemos gravar sobe a batuta do lado FM outras canções mais mexidas, com ar mais dançável. Esse documento foi gravado e ainda vai ser lançado este ano e acreditamos que mais que um disco ao vivo é um novo disco dos Gift, apesar de não ter originais. Todas as músicas estão diferentes do que está gravado, do que está registado, o que torna a obra muito importante. Doze anos depois de começarmos achámos que era importante fecharmos um ciclo de carreira e acho que nesse DVD ao vivo - vai-se chamar Fácil de Entender e é mesmo por isso - vai ser fácil de perceber o crescimento da banda e o que é a banda doze anos depois.

No primeiro álbum, Vinyl, tinham uma música em português e neste último também. É um campo onde querem explorar mais ou ainda não se sentem completamente confortáveis?
N.G.: Nós…não exploramos mais ou não…a Sónia é que escreve e não…
S.T.: O “Fácil de Entender” foste tu que escreveste.
N.G.: Pois, o “Fácil de Entender” fui eu que escrevi. Mas nós achamos que a questão do cantar em inglês e em português não tem a ver com a maneira como nós comunicamos. Acho que se nós tivéssemos nascido em Inglaterra não fazíamos a música que fazemos hoje porque, apesar de tudo, acho que há muita portugalidade na música dos Gift. As pessoas no estrangeiro costumam dizer que há alguma melancolia. Eu não gosto muito da palavra, prefiro utilizar "esperança" e acho que há alguma na música dos Gift. Não utilizamos obviamente instrumentos das raízes culturais portuguesas, não utilizamos a voz como arma em relação ao português, mas esteticamente achamos que o nosso caminho foi traçado em inglês há doze anos atrás. Não estávamos sequer a pensar há doze anos atrás que o estrangeiro gosta mais disto, não era nada disso. O que é certo é que nós quando tínhamos catorze ou quinze anos, quando começámos a banda, se calhar 80 ou 90 por cento da música que ouvíamos em casa, nos rádio dos nossos pais e se calhar nas televisões dos nossos pais era anglo-saxónica, o que acaba por ser um influência directa. Talvez se fosse o contrário e nós tivéssemos uma televisão e uma rádio que passasse 90 por cento de música portuguesa talvez fosse diferente, ou não. Foi uma questão estética, tal como nós quando chegámos ao primeiro ensaio e dissemos “não vamos usar bateria, vamos usar uma caixa de ritmos” foi da mesma forma que dissemos “vamos cantar em inglês”. Foi uma questão estética e não foi…não quisemos ser mais do que éramos, de maneira nenhuma.

Então como vêm certas opiniões que consideram que as bandas portuguesas que cantam em inglês, para a rádio, não são consideradas música portuguesa?
N.G.: Há uma história muito curiosa…
S.T.: Deixa-me só dizer uma coisa antes de continuares. Ao fim de trinta e dois anos desde que somos livres e num país com liberdade de expressão, acho que cada um se deve exprimir da maneira que quiser, ainda mais como a música como forma de comunicação. É uma forma de arte e de comunicação. Se eu consigo comunicar com as pessoas através da minha música, mesmo que as pessoas não entendam aquilo que estou a dizer, com certeza que entendem aquilo que eu digo quando estou num palco e comunico com elas. Mesmo que fosse em chinês, iriam perceber a esperança das músicas, a alegria, a melancolia, aquilo que eu sinto e que lhes estou a transmitir. Portanto acho que, mais do que a língua, é importante saber comunicar com as pessoas e é isso que nós fazemos. Acho que qualquer pessoa deve comunicar da maneira que quiser, com os seus limites obviamente (risos).
N.G.: As pessoas que dizem isso ou só ouvem rádio ou não vão aos concertos, porque hoje ficou provado que a língua não é barreira nenhuma. Pelo contrário, as pessoas cantam as canções e não é por aí. Sou contra qualquer fundamentalismo, também contra o das pessoas que dizem “não não, nós só queremos cantar em inglês”. Isto também é absurdo. Há uns anos atrás, dizia-se que as bandas que cantavam em inglês não vendiam. Entretanto houve um boom de bandas com letras em inglês que começou com os Blind Zero, depois os Silence 4 e depois os Gift. Então as editoras só queriam bandas que cantassem em inglês. Eu sou completamente contra esses fundamentalismos. Não vamos seguir o que as pessoas gostam ou o que as pessoas querem. Vamos dar liberdade às pessoas e se elas quiserem cantar em inglês e aquilo for bem feito, bem trabalhado e bem comunicado, porque não? Mas eu acho que é tão grave como chegarmos ao pé da Paula Rêgo e dizermos assim: “Paula, só vais usar amarelo, verde e vermelho porque essas são as cores da nossa bandeira”. Acho que é quase tão absurdo quanto isso.

A língua por vezes pode ser uma barreira para quem não percebe, mas visualmente têm um grande cuidado estético, sendo das bandas nacionais que mais se preocupa com esse lado. É algo que querem continuar a explorar?
N.G.: Hoje em dia, em qualquer projecto que se faça, artístico ou empresarial, a imagem é fundamental em termos de comunicação. Se nós nos podemos apresentar bem, de acordo com os nossos ideais e com as nossas regras, porque não? Não vamos ser contra-natura, a nossa natureza é essa.
S.T.: Não esquecendo que a nossa mais valia é a música obviamente, porque também se houver muita imagem mas não houver qualidade, as coisas não funcionam.
N.G.: Nas boys bands existia muito isso.
S.T.: Exactamente. Temos valor e acreditamos naquilo que fazemos. Senão, não adiantava andar aqui a pregar a nossa oração. De qualquer forma é obvio que há um prolongamento estético daquilo que fazemos. Porque não aliar e porque não chegar a uma praça onde estão milhares de pessoas e dar-lhes um espectáculo bonito? Chegamos, mostramos aquilo que temos a mostrar, a nossa música, as nossas canções com tudo aquilo que elas dizem, mas também com um espectáculo que leve as pessoas a dizer: “que grande espectáculo que eu vi” ou “venho preenchida” ou “foi uma coisa que vivi muito muito intensa”. É lógico que não vamos deixar de fazer isso. Se chegássemos com quatro guitarras, possivelmente só com quatro luzes, também poderíamos comunicar com as pessoas dessa forma e se calhar os sentimentos ou a intimidade seria outra, mas nós gostamos que as coisas funcionem assim.

Como apreciadores de música que são, como vêem o panorama musica actual e quais as bandas que vos têm suscitado maior interesse?
N.G.: Como eu disse ainda há pouco, chegam ao Clinic em Alcobaça muitas bandas novas, muitas maquetes, muito sangue novo. Contudo, eu acho que existe um movimento do hip hop que está a crescer cada vez mais e que é importante ter em atenção porque, mais tarde ou mais cedo, vão surgir bandas que vão fazer um cruzamento de gerações e acho isso muito interessante. Depois existem os clássicos, que apesar de serem novos já são clássicos, como os Clã, como o caso dos Blind Zero, como o caso - vou voltar ao hip hop - dos Mind da Gap, que é uma banda que já aqui anda há algum tempo e tem sido muito consistente no trabalho que tem feito. Depois existem os clássicos que sinceramente não posso dizer que goste muito, porque são os artistas mais velhos. Não são bandas com que me identifique muito; quando digo que não gosto muito é porque não me identifico muito mas é natural e toda a gente tem o seu espaço. Contudo do sangue novo existem muitos pólos fora de Lisboa que estão a fazer música muito boa: Castelo Branco tem um pólo com os Norton e os Musgo, uma banda que tem um nome interessantíssimo e muito português; Coimbra tem feito coisas óptimas com os Bunnyranch, já há alguns anos atrás com os Belle Chase Hotel, com os WrayGunn, com o Legendary Tiger Man; Leiria teve o David Fonseca e os Silence 4, os Phase, tem agora um rapaz novo que já me disseram muito bem que ganhou o Termómetro Unplugged, que não recordo o nome, já para não falar de Alcobaça, obviamente; das Caldas saiu o Gomo. Estamos a viver uma mutação de gerações e acho que daqui a quatro ou cinco anos os Gift já vão ser considerados a velha guarda. Isto significa que vamos num bom caminho de ir descobrindo cada vez mais coisas. Acho que as pessoas também estão um bocadinho mais selectivas e isso aumenta a qualidade.

E mesmo a nível internacional, quais as bandas que actualmente vos suscitam maior interesse?
N.G.: Vivemos numa altura de muita confusão, porque se dantes havia uns estilos determinados, hoje a música é um cruzamento de influências. Está-se a viver uma fase muito criativa, que vai desde as pistas de dança até ao rock muito interessante. A última banda que vi muito interessante foram os Arcade Fire. Há um projecto que lançou um disco o ano passado que se baseava em voz, piano e bateria, que se chama Antony and the Johnsons e que revelou, apesar de ter um formato super simples, uma voz excelente e uma maneira de fazer canções muito interessante. Portanto existem coisas muito interessantes a serem feitas hoje em dia, não só pela nova geração, como por uma geração mais antiga. Depois existem bandas que são bandas de sempre, apesar de nós já as ouvirmos há muito tempo. Hoje em dia, uns Coldplay, uns U2... continuam a ser os U2.
S.T.: Os Flaming Lips…
N.G.: Bandas mais novas da América. Apesar de já andarem cá há 20 anos, os Flaming Lips; e depois obviamente nunca nos podemos esquecer uns Rádiohead ou uma Björk, que são pessoas que apesar de venderem milhões de discos, conseguem estar sempre na vanguarda da tecnologia, da criatividade, e isso é muito interessante.

Como é que vêm actualmente o papel da Internet na música, através da pirataria, dos blogs, do MySpace…
N.G.: Para ser sincero, nós sabemos que temos o nosso MySpace mas eu ainda não entrei muito nisso. Eu tenho uma opinião muito realista dessas coisas. Se nós vamos tocar a Espanha e temos um disco vendido e cem mil downloads feitos significa que vamos ter muita gente nos concertos, significa que a música dos Gift está a passar a palavra e que, mais tarde ou mais cedo, as pessoas vão acabar por comprar os Gift. Eu acredito sinceramente nisso como meio de promoção e de passar as canções. Portanto eu acredito que para essa geração cibernauta, apesar de ser uma geração desprendida do objecto CD, mais tarde ou mais cedo se vai legislar o download ilegal. Havia uma campanha cá em Portugal que ganhou prémios internacionais que dizia: “fumar não é cool, o que é cool é fazer surf e ainda por cima não fuma”. E eu acho que mais tarde ou mais cedo se vai dizer: “é cool fazer downloads a pagar”. São 99 cêntimos, portanto não é muito. E acho que se criar essa opinião pública e se fomentar as pessoas a pagar 99 cêntimos por uma canção, que dá 10 € por um disco, eu acho que vai correr tudo bem. Se não, para as bandas que estão a começar, a Internet é óptima porque divulga, promove, e mais pessoas vão aos concertos, mais pessoas se calhar compram uma t-shirt. As bandas acabam por sobreviver também assim. Depois há as editoras... Nós somos a nossa própria editora, por isso podemos falar de cor dessas situações. As editoras queixam-se muito da pirataria mas a tecnologia permite-lhes, por exemplo, venderem toques de telefone, venderem imagens, videoclips, venderem uma data de coisas. Estas são receitas extra que há uns anos atrás não havia e que agora aparecem. Não batam tanto na tecnologia porque ela daqui a uns anos vai ser o suporte de toda a indústria.

Como já aconteceu com os Clap Your Hands Say Yeah e os Arctic Monkeys, acreditam que a Internet é actualmente o meio de promoção mais eficaz?
S.T.: Sim e sabendo que os Arctic Monkeys começaram no MySpace também, que ganharam milhões de amigos (como se diz no MySpace) e não foi por isso, não foi pela pirataria que deixaram de vender milhares de discos. e nós dizemos normalmente que o nosso público-alvo é aquele que pirateia. O público-alvo dos Arctic Monkeys são os piratas e no entanto eles venderam milhares de discos, portanto…
N.G.: Eu acho que também tem a ver como se promove o produto e como se chega às pessoas. [A Internet] não me assusta minimamente. Se há uns anos atrás as pessoas que gostavam muito de música tinham que lutar (e isso acontecia comigo: se a minha mãe me dava dinheiro para almoçar, tínhamos que tentar fazer poupanças para no final no mês comprar um disco). Se calhar se na altura tivesse Internet na minha casa, eu ia hoje conhecer muito mais música e os Gift iam ser muito melhores, portanto temos que ver as coisas pelo lado positivo. Vamos acreditar que o facto de haver muita informação pode ajudar a criatividade.

Esta última digressão do AM-FM ainda se vai estender por muitos meses?
S.T.: Vai-se estender até 28 de Setembro, mais ou menos. Pelo menos é o último concerto que temos agendado. Será no Du Arte Garden nos jardins do Casino do Estoril, porque apesar de tudo ainda há muita gente que não conhece os Gift e há muita gente que não associa a música há banda. Por exemplo, imensas pessoas que conhecem o “Music” que tanto passa na rádio mas que não o associam a nós. É interessante continuar a explorar cidades como Odemira e tantas outras, em que há muita gente que não nos conhece. E este tipo de festas, este tipo de acontecimentos são fantásticos para que as pessoas possam passar um bom bocado e fiquem a apreciar a nossa música. Portanto eu acho que AM-FM ainda não teve o seu término, até porque temos uma canção ainda a passar imenso nas rádios, estamos no top de airplay há semanas e acho que ainda não faz sentido matar este disco com o final da digressão.
N.G.: Temos sido solicitados e só o ano passado fizemos 95 datas em Portugal. Mesmo assim sentimos que tinham havido quase 50 pedidos de concertos que não tínhamos conseguido fazer. Então isso não fazia sentido. Se há pessoas que nos querem ver e houve cidades e vilas que não conseguimos fazer, vamos tentar fazê-las este ano. E é isso que estamos a fazer.

Texto: João Moço
Entrevista por: João Moço
Parceria com o programa "Café Sudoeste" na Rádio Maré Alta
in hiddentrack.net -2006-04

The Gift :: AM FM ... concerto Barreiro

The Gift
“Este foi o nosso melhor concerto nos últimos dias”


Os The Gift actuaram no domingo, dia 21 de Agosto, nas Festas do Barreiro, tendo levado o público ao rubro. As músicas “Driving you slow”, “Ok. Do you want something simple”, “Music”e “11:33” foram as que mais fizeram dançar os fãs. Esta banda de Alcobaça tem-se revelado a cada disco, mostrando ambição e vontade de crescer. O Diário do Barreiro falou com Nuno Gonçalves, dos The Gift, que falou do concerto, do novo álbum AM/FM e dos projectos futuros.

Diário do Barreiro: Como correu o concerto no Barreiro?
- Nuno Gonçalves: O concerto correu bem. A banda agora vai partir para uma série de concertos, em oito dias vamos dar sete espectáculos, o que é sempre cansativo mas gratificante. O concerto no Barreiro foi um excelente início.
Aliás, os The Gift já tínham tocado uma vez no Barreiro, na Film Tour, mas este foi o nosso melhor concerto nos últimos dias, pois estava muita gente.

DB: Como tem decorrido a digressão do Álbum AM/FM?
- N.G.: Tem corrido super bem. Vamos bater o recorde de concertos com esta digressão e os espectáculos têm-se pautado com um nível muito acima da média. Para a banda era uma ambição algo complicada virmos com um espectáculo tão arrojado cenicamente, assim como tecnologicamente, pois às vezes não é fácil colocar tudo a tocar.
O facto de se levar para a estrada mais músicos, também era uma maneira da banda assumir um maior protagonismo e uma maior força. Contudo, corríamos o risco de as coisas não funcionarem bem, mas felizmente foi uma aposta ganha.

DB: Qual a diferença entre o disco AM e o FM?
- N.G.: Acho que a diferença é lógica e óbvia para quem ouve os dois cd’s O AM é um disco introspectivo, para se ouvir em casa, é um conceito mais relaxado e mais egoísta. O lado FM é precisamente o oposto, pois é para partilhar, para dançar e se ouvir no carro. Este cd também é, de alguma maneira, para pensar um bocadinho sobre tudo aquilo que nos rodeia e toda a energia, quer radiofónica quer dançante.

DB: A nível da internacionalização, o álbum AM /FM poderá abrir mais portas que o Film?
- N.G.: Nós não pensamos que seja a inclusão das músicas que possa influenciar as portas abertas do estrangeiro. Acho que falta, ainda, a pessoa certa, na altura certa e no espectáculo certo. Isso é uma coisa que nós não podemos prever, assim como não há álbum nenhum que faça com que isso aconteça.
Agora, com os álbuns e com o crescer da carreira dos The Gift podemos estar mais perto das pessoas, muito mais do que estávamos há dez anos atrás. Aliás, estes discos têm-nos possibilitado o contacto com uma editora maravilhosa, em Espanha, que é a V2, e com a qual podemos ir a um festival em Los Angeles, Berlim, Praga e Londres. E são esses espectáculos que nos fazem estar mais próximos dessa altura certa e da pessoa certa. Nós acreditamos que, mais tarde ou mais cedo, isso vai acontecer, e ajuda se tivermos essa ambição presente no nosso espírito.
Mas, não queremos mais do que ter o disco distribuído nas lojas e podermos ter um palco ou outro para tocar. Não queremos ser hits singles da MTV ou das rádios, queremos apenas ter os discos lá fora, e penso que não estamos a pedir muito.

DB:O álbum AM/FM foi editado primeiro no estrangeiro e só depois em Portugal? Esta opção tem a ver com a internacionalização?
- N.G.: Foi por acaso. Há dois anos tínhamos feito as primeiras partes dos Flaming Lips, nos Estados Unidos, e no último concerto em Los angeles conhecemos um realizador de vídeo, o Danny Passman, e fomos trocando e-mails com ele. Mais tarde, ele ouviu as maquetes do novo disco e quis fazer um videoclip da música “11:33”. No entanto, havia um dia em que era feriado nos Estúdios de Hollywood, e conseguíamos ter os estúdios mais baratos, e proveitamos para gravar o vídeo. Por acaso, era precisamente uma semana antes do disco ser lançado em Portugal.
Nós fomos de armas e bagagens para os Estados Unidos, mas acabamos por fazer primeiro, em Nova Iorque, um videoclip de low-budget para o “Music”, o 3º single a ser extraído deste disco. Depois, foi filmado, em Los Angeles, o clip da música “11:33”.
Portanto, não foi uma coisa pensada, simplesmente calhou os primeiros concertos e os primeiros cd’s que foram vendidos ter sido no estrangeiro.

DB: Como foi ver a música “Driving you slow” a tocar em todos os telemóveis, devido a uma campanha?
- N.G.: A banda foi estimulada pela Vodafone, pois era um serviço novo, o conhecido 3G, e aceitámos e acabamos por estrear quatro músicas do AM/FM nesse serviço, três semanas antes do disco estar nas lojas.
As pessoas podiam fazer o download para o telemóvel e acho que são tudo coisas estimulantes, e para nós que somos donos dos nossos direitos, da nossa música, e da nossa editora, é mais fácil chegarmos às pessoas. Isso foi uma maneira nobre de o “Driving you slow” ser um hino e uma música que tocou em todo o lado.

DB: Qual o motivo que vos leva a não quer uma editora para fazer a edição dos álbuns?
- N.G.: Até agora nunca sentimos necessidade de fazer isso. Não somos pessoas ‘agarradas’ a tudo, no dia em que acharmos que nos queremos desprender mais um bocado desse trabalho, então podemos passar isso para uma editora a sério, que trabalhe o disco, que nos grave e pague o disco. Mas, até agora não sentimos necessidade de fazer isso. É quase como aquela ideia “em equipa ganha não se mexe”, e nós temos vindo a subir neste 11 anos de carreira.

DB: Projectos para o futuro?
- N.G.: Acho que o AM/FM ainda tem muito para dar e vender. Apesar de tudo, acho que o este é o disco onde se encontram as melhores canções dos The Gift, e onde podemos explorar os singles e as músicas “não singles”. No concerto do Barreiro, a música que teve maior aceitação foi uma precisamente uma música em português, que está escondida no AM, o que mostra que as pessoas ainda estão a descobrir o disco.
O projecto para o futuro dos Gift é dar a conhecer este disco, ir para Espanha promovê-lo da melhor maneira. Se possível e se conseguirmos, gostaríamos de continuar a digressão até ao Verão do próximo ano. Acho que isso é possível, pois este ano conseguiu-se ter a agenda cheia muito cedo, em Março já não tínhamos fins-de-semana livres até Outubro.

DB: Como está o mercado nacional?
- N.G.: A única barreira que vejo, neste momento, no mercado discográfico é o facto de haver uma facilidade grátis de conseguir as músicas e os álbuns dos The Gift, via Internet, a qual nós não podemos combater. Acho sempre importante dizer às pessoas que, nós sabemos que a crise está aí e que não há dinheiro para nada, mas há muita coisa que é urgente fazer, assim como o meio vital que é poupar água. Mas, para a indústria musical portuguesa o nosso poupar água é “não façam pirataria”, pelo menos da música portuguesa, porque realmente as coisas estão graves, principalmente quando se vê os shares. Sinceramente, com a pirataria corremos o risco das nossas melhores bandas vierem a ter sérios problemas.
Há uns tempos atrás falou-se muito sobre a pirataria e acho que é urgente falarmos novamente nisso, e é um apelo que fazemos.

DB: Como está a agenda de concertos? Existem espectáculos no estrangeiro?
- N.G.: A agenda está cheia. Em Setembro, vamos tocar no dia 15 em Berlim, dia 16 em Praga, dia 20 em Londres e dia 2 em Espanha, depois voltamos a Portugal para mais uma série de concertos.
Vamos também tocar com os Deluxe, pois temos uma permuta em que os Gift abrem as primeiras partes deles, nos espectáculos mais importantes que vão decorrer em Madrid, Valência, Barcelona e Sevilha. Enquanto isso, os Deluxe fazem, esta semana, a primeira parte dos Gift.

DB: Como caracterizam os the Gift?
- N.G.: Consideramo-nos uma banda com 11 anos de carreira, ambiciosa, e que está a chegar a um patamar que, felizmente, em Portugal conseguiu ter o respeito e os alicerces necessários. Penso que, ao longo de uma carreira é importante ter os alicerces fortes e estruturados, para que se algum dia as coisas correrem ‘menos bem’, então conseguirmos aguentar a derrocada.
No estrangeiro, somos ainda uma banda muito pequena, mas com uma margem de promoção enorme ao longo dos próximos anos. Como tal, consideramos os Gift uma banda inspirada em Portugal, mas cada vez mais europeia. Portanto, acho que o objectivo primordial é levar a música dos Gift ao estrangeiro.

Carla Cerqueira
Em Artigo Jovem - Diário do Barreiro -8/24/2005

Friday, November 10, 2006

The Gift :: AM-FM


in Mundo Universitario - 2004-11-23

Friday, November 03, 2006

Tuesday, October 31, 2006

The Gift :: Film ...Concerto Sintra

351-ENTREVISTA EXCLUSIVA À VOZ DOS GIFT

Depois do espectáculo dos Gift na Sexta-feira passada, no Centro Cultural Olga Cadaval em Sintra, a Rádio 351 foi até ao camarim falar com a voz da banda, Sónia Tavares. Uma entrevista onde se falou do espectáculo que deverá ser o último este ano em Portugal, das embições dos Gift e do actual estado da música portuguesa.

Rádio 351 - Como correu o espectáculo?
Sónia Tavares - Os espectáculos a nível técnico normalmente correm bem porque nós temos os nossos ensaios. Mas as coisas funcionam quando há reciprocidade do público e há "feedback". É ai que nós percebemos que as coisas estão a correr bem quando vemos a cara das pessoas a sorrir e ouvimos depois os aplausos. Esta é a nossa visão de palco, quando percebemos que estão a gostar e o nosso objectivo é exactamente esse e acho que hoje foi cumprido.

Rádio 351 - E já estão com saudades de Portugal?
Sónia Tavares - Eu fico sempre com saudades de Portugal cada vez que me vou embora até porque é a minha terra e custa-me bastante estar muito tempo fora. É claro que as coisas têm corrido bem lá fora, temos tido público que nos tem acompanhado e já começamos a ter uma legião de pessoas que gostam dos Gift mas Portugal é sempre Portugal. É o nosso público, somos portugueses. Mas, quem nos conheceu primeiro foram os portugueses e é para eles que nós fazemos a nossa música em primeiro lugar.

Rádio 351 - Até Fevereiro vão estar em Espanha e depois?
Sónia Tavares - Depois vamos para a América.

Rádio 351 - Os EUA são um dos objectivos dos Gift?
Sónia Tavares - Já diz a música "If I can make it there I'll make it anywhere" por isso é realmente um objectivo assim como é um objectivo Espanha, França e Inglaterra. O objectivo é sempre mostrar a música a todas as pessoas e é claro que se temos bons contactos na América e temos pessoas que gostam de nós, que nos promovem a sério e que realmente estão empenhadas em fazer com que os Gift funcionem nos EUA,sendo assim porque não? Até porque o mercado é tão grande e uma banda independente pode num circuito alternativo tornar-se numa banda de culto que é isso que nós queremos que aconteça, obviamente que não vamos ser nenhuns Bon Jovi, mas porque não uns Sigur Rós? Não sei porque razão não haveremos de ser! Nós vimos os Sigur Rós em New York a última vez que lá estivemos e percebemos que é exactamente aquele público que precisamos e que nós queremos e é essa a nossa meta.

Rádio 351 - Os Gift apresentaram uma nova sonoriade no espectaculo,podemos esperar outra linha sonora da banda?
Sónia Tavares - Claro e não faz sentido estagnarmos, numa única sonoridade até porque os Gift foram sempre uma banda aberta a novas tendências e gostamos de acompanhar os sinais dos tempos e a modernidade e no fundo sermos actuais. Este poderá ser um conceito ou poderá não ser porque um disco é muito complicado estar agora a falar de um disco novo, porque um disco precisa exactamente de um conceito, precisa de ser pensado e precisa de ser uma coisa nova, não vale a pena estarmos a repetir-nos. Este poderá ser um caminho ou não. Para agora foi isto que nós quisemos fazer e não são de todo músicas que ficaram de fora do "Film" , foram músicas que nós achamos que já não cabiam no "Film" e que podem caber noutra coisa qualquer.

Rádio 351 - Seriam capaz de terminar os Gift se estagnassem como banda?
Sónia Tavares - Claro ou então depois acontecia como a todas as outras bandas quando não têm nada para dizer, lançam um disco ao vivo e é isso que nós não queremos fazer, porque isso é quando se esgota a criatividade mas é como eu estava a dizer, quando não há nada de novo para dizer mais vale a pena estar calado. Não faz sentido fazer um "Vinyl 2" ou um "Film 2". Só diremos qualquer coisas quando acharmos que vale realmente a pena.

Rádio 351 - E a Internet como veículo para apresentar os Gift a qualquer parte do mundo?
Sónia Tavares - Isso é um bom sinal quando a nossa música pode ser ouvido em todo o mundo. O mais importante na Internet é podermos ser ouvidos no Japão, Austrália onde ainda não posso pôr o meu disco à venda mas se lá for dar um concerto , as pessoas já conhecem e ai então porque não haverão de comprar? Internet é um óptimo veículo de promoção. E saber que se eu um dia fôr a um país qualquer onde nós nunca fomos e depois se eles já ouviram falar de nós só pode mesmo ter sido a acção da Internet.

Rádio 351 - Relactivamente às cópias que hoje vulgarmente se faz de Cd para Cd ou mesmo através da partilha de músicas pela Internet?
Sónia Tavares - É uma situação realmente contraditória porque se por uma lado a Internet é um excelente veículo de divulgação se não o melhor, é muito complicado...é só as pessoas tentarem perceber que se deixarem de comprar música na loja, as bandas deixam de existir porque não têm forma de continuar. Não têm dinheiro para continuar e as editoras depois não apostam, não é o nosso caso porque nós vamos sempre continuar a apostar em nós, somos a nossa própria editora, mas realmente é uma situação um bocado contraditória, mas há meios para combater isso, como por exemplo pôr um disco à venda que tenha um bónus, que faça com que a pessoa ache que é um presente e realmente faça sentir que deve comprar porque nós estamos a dar algo mais que ela não pode ter na Internet,há meios para combater esse tipo de coisas.

Rádio 351 - os artistas de música portuguesa têm vindo a público lamentar o facto das rádios portuguesas não passarem aquilo que se faz no nosso país. Como é que os Gift se revêm nessa situação?
Sónia Tavares - É claro que os gift como banda portuguesa gostava que se passasse um bocadinho mais de música nacional, mas depois há outra questão, se em vez de 3 por cento de música portuguesa, fosse 97 por cento de música portuguesa ai as coisas já eram um bocado mais complicadas, porque se fosse 97 por cento de musica portuguesa na rádio terimos de ouvir música de muito má qualidade porque apesar de já existirem bandas de muito boa qualidade, e do leque se abrir mais e cada vez as bandas são mais a fazer boa musica, por outro lado também há muito má musica e se as coisas fossem ao contrário se calhar nós sintonizavamos uma rádio e tinhamos que ouvir coisas que realmente não queriamos. Mas é claro que os 3 por cento é um número um bocadinho reduzido.Obviamente que faz falta música portuguesa na rádio mas também fazem falta mais bandas com mais qualidade.

Rádio 351 - Para quando o novo album dos Gift?
Sónia Tavares - Pois, ainda não sabemos. Será talvez no fim deste ano porque este processo de internacionalização está agora a começar e os Gift andam sempre cá e lá e é complicado sentar e pensar num conceito , o que é que vamos dizer . Portanto não sabemos ainda mas concerteza que no fim do ano terão um disco novo dos Gift.

Ficamos então à espera do novo disco dos Gift e que acima de tudo tenha mais alguma coisa para acrescentar ao panorama musical português.

In www.radio351.com - 2003-01-13

The Gift :: AM-FM

Dupla personalidade dos Gift agora ao vivo
The Gift disco 'AM/FM' divide-se entre sons calmos e frenesim


Grupo actua hoje no Rivoli, no Porto, e apresenta novo disco "AM/FM"


Os portugueses The Gift apresentaram, ontem, em 'showcase', na FNAC de Santa Catarina, no Porto, o seu novo projecto discográfico "AM/FM". O álbum, separado em duas partes distintas contém um lado mais intimista e outro declaradamente extrovertido. A banda actuará hoje ao vivo no Teatro Rivoli, no Porto, às 21.30 horas.
Num ambiente intimista, em jeito de conversa e com algum humor à mistura, o grupo de Alcobaça iniciou o mini-concerto com "Are you near?", tema que faz parte do lado "AM", seguiram-se mais quatro temas de "FM", com ritmos mais fortes. No final, a pedido do público, os The Gift tocaram "Fácil de entender", um tema em português que surge "escondido no disco e que, segundo os músicos, "tem o melhor do lado mais íntimo e do lado mais pop".
Em relação à divisão do álbum, Sónia Tavares, a vocalista, revela que a opção surgiu naturalmente durante as sessões de gravação "Percebemos que tinha dois caminhos relevantes e não quisemos prejudicar nenhuma das canções" - ao que se sabe, o grupo terá tentado fazer um CD com dois lados, mas tecnicamente ainda não é possível.
"AM/FM", lançado no dia 29 de Novembro, foi apresentado em primeira mão no estrangeiro. Entre 21 e 24 do mês passado, a banda deu concertos em Londres, Nova Iorque e Los Angeles. "Uma questão de oportunidade, os convites surgiram uma semana antes", salienta John Gonçalves, um dos músicos.
Além da faixa escondida, os fãs foram presenteados com um DVD extra onde se pode encontrar um documentário dos concertos da banda na América Latina e na Espanha e um making of, tudo a preço de um álbum simples. O projecto foi produzido por Nuno Gonçalves e Will O'Donovan.
Os The Gift, que estiveram nos dias 3 e 4 de Dezembro em Alcobaça e anteontem esgotaram o Teatro S. Luiz, em Lisboa.

Extra
Disco com DVD

"AM/FM", disco duplo, contém oito músicas intimistas e oito extrovertidas. E traz um bónus um DVD com documentário e 'making of'.

fernando oliveira
in Jornal de Notícias -2004-12-08

Wednesday, October 25, 2006

Sunday, October 22, 2006

The Gift :: Vinyl

Promúsica - Agosto 1999

















Gentilmente enviado por Soundfreak - www.wunderbarlife.blogspot.com