Tuesday, June 24, 2008

The Gift :: Miguel Ribeiro

















revista ÚNICA, Expresso - nº1851 - 19 Abril 2008

Grande agradecimento a alexpop pelo envio do artigo.

The Gift :: TV

Rapidinho com Sónia Tavares (The Gift)



Video de destaktv

The Gift :: Concerto com OML

Dois estilos distintos formaram uma simbiose única e deslumbrante
The Gift e Orquestra de Lisboa em concerto memorável


Muita expectativa no início do espectáculo. Os The Gift subiam ao palco acompanhados pela Orquestra Metropolitana de Lisboa. Quem acharia possível um som pop/electrónico/alternativo misturar-se com os acordes afinados de uma Orquestra? Pouca gente com certeza, mas esse foi, claramente um estímulo para os dois conjuntos musicais que se apresentaram bastante confiantes e desinibidos em palco.
O Centro Cultural de Vila Flor, em Guimarães, foi o palco para este concerto organizado pela Caixa Geral de Depósitos, no âmbito da celebração do 132º aniversário da entidade bancária. O grande auditório estava completamente esgotado e composto por uma plateia que ia “dos oito aos 80”.
Baixam as luzes, sobem ao palco os artistas. “How the end… Always end”, tema do primeiro álbum de mercado dos Gift - Vinyl - abriu um espectáculo com contornos únicos.
Sónia Tavares, a voz da banda de Alcobaça, nas suas primeiras palavras dirigidas ao público fez questão de ressalvar que o momento “parece sério, mas estamos aqui apenas para nos divertirmos”. Sónia frisou ainda a cooperação com a Orquestra Metropolitana de Lisboa neste projecto, classificando-o como “o concretizar de um sonho da banda”. “Será que não vos podemos trazer para todos os concertos no bolso?”, questionou a vocalista o maestro da Orquestra, Pedro Neves, numa clara mostra de cumplicidade entre os dois conjuntos.
Quando o concerto já ia a meio, eis que se soltam os acordes da música que, neste momento, é a “cara” dos Gift. “Fácil de Entender”, numa versão intimista fez relembrar os tempos em que a banda entoava, de forma tímida, uma das suas poucas composições cantadas em português. Apenas acompanhada ao piano por Nuno Gonçalves, “o maestro da banda” Sónia deslumbrou a atenta plateia. O silêncio instalou-se na sala e só terminou com um efusivo aplauso dos presentes. Seguiu-se um grande “hit” dos Gift, talvez a música que os lançou em Portugal. “Ok! Do you want something simple?” acordou a plateia, ainda enfeitiçada pela música anterior. Esta versão foi tocada com uma alegria contagiante tanto pela parte dos Gift, como pela Orquestra que até fez questão de gritar, bem alto, “Ok” durante a música. Uma simbiose única, perfeita e inimaginável…
Pouco depois, o momento da noite. “645”, o mais recente single da banda de Alcobaça, foi tocado, ao som das palmas e alegria que vinha da exigente plateia. Um momento que os Gift quiseram ver repetido, num segundo encore, já depois de se aventurarem numa música de David Bowie. A satisfação da banda pelo espectáculo levou Sónia a pedir para “se divertirem” neste último momento. O apelo foi levado à letra, e tal qual uma mola, o Centro Cultural de Vila Flor “levantou-se” para cantar, dançar e bater palmas ao som do novo single. O resto é da exclusiva responsabilidade dos Gift…
Terminou, desta forma, uma noite memorável ao som de dois dos conjuntos mais talentosos no nosso país. “Uma iniciativa só à altura dos predestinados” comentava-se nos bastidores. Uma noite, sem dúvida, a recordar.

Daniel Vieira da Silva - in Jornal Académico da Universidade do Minho

The Gift :: Concerto com OML

The Gift no Coliseu dos Recreios: Fácil de orquestrar

Reunião feliz entre os The Gift e a Orquestra Metropolitana de Lisboa, num concerto de entrada gratuita, para um Coliseu lotadíssimo, e que comprovou os intuitos actuais dos quatro de Alcobaça: engrandecer os temas pop, sofisticar a sonoridade, pese embora, não raras vezes, o complicómetro tenha sido ligado em demasia.

Eram para cima de quatro dezenas os acompanhantes em palco dos The Gift na noite de ontem, pese embora, como bem afirmou Sónia Tavares, a banda sempre se habituou a transportar, digitalmente, «uma orquestra de bolso».
A banda assumiu a noite de ontem como um sonho concretizado. O projecto partiu da Caixa Geral de Depósitos, e marca, segundo Nuno Gonçalves afirmou à imprensa, «o que os The Gift são no momento».

Coube ao compositor dos The Gift tratar de todos os arranjos para a noite de ontem, noite essa que se repete hoje, em Guimarães, e Domingo, em Évora. A ideia de levar a «música dos Gift a patamares mais nobres» foi atingida. O público, quase todo de faixa etária consideravelmente adulta, acolheu com entusiasmo as faixas mais conhecidas: «Fácil de Entender», versão piano e voz, a velhinha «Ok!», bem revista, «Music», uma das faixas que menos mudanças sofreu.

Por vezes, sentiu-se um complicar em demasia de fórmulas que, a maior parte dos casos, resultam melhor num registo mais simples. Contudo, para os fãs de sempre, ouvir «Weekend» (lindíssima, já em encore) ou «Butterfly» compensou largamente o complicómetro por vezes activo. Isto são os Gift agora, mas fica o desejo: venha rápido um novo de originais, uma nova fase, novas canções.

Pedro Figueiredo - in diariodigital -11/04/08

The Gift :: TV

MUSICALL - OESTE TV
The Gift: santos da casa fazem milagres - 2008-03-15 12:51h

Os The Gift deram um concerto na antiga biblioteca dos monges de cister, no mosteiro, para assinalar a eleição do monumento, com uma das 7 Maravilhas de Portugal.
Nuno Gonçalves, compositor da banda, falou à Oeste TV da "inspiração diária" que é o mosteiro e da aventura espanhola dos The Gift: este ano, oitenta por cento dos concertos vão ter lugar por terras de "nuestros hermanos"

Ver a reportagem da Oeste TV aqui.

The Gift :: Concerto alcobaça

span style="font-weight:bold;">Comemoração das “7 Maravilhas de Portugal”
The Gift e Fernanda Fragateiro iluminaram o Mosteiro de Alcobaça



Na sequência da eleição “7 Maravilhas de Portugal”, no qual o Mosteiro de Alcobaça foi um dos escolhidos, a EDP convidou 7 grupos musicais e 7 artistas plásticos para se associarem ao evento comemorando essa eleição com os seus trabalhos. O dia 7 de Março foi a data agendada para o Mosteiro de Alcobaça, cabendo a performance artística à artista plástica Fernanda Fragateiro e o concerto aos “The Gift”, uma vez mais de regresso a casa. A próxima celebração terá como convidado o mágico Luís de Matos, que volta a Alcobaça, no dia 6 de Julho, à noite, para a realização da tão aguardada “Maior Metamorfose de Todos os Tempos”.
Como apoiante do património da cultura e dos valores nacionais, a EDP assumiu o compromisso com os municípios vencedores de que, após a eleição, os monumentos escolhidos seriam beneficiários de um projecto de dinamização cultural. Nesse sentido, a EDP convidou 7 artistas plásticos para fazerem 7 intervenções artísticas nas 7 maravilhas portuguesas, e 7 músicos nacionais para inaugurarem as intervenções.

Pela primeira vez desde 2002, quando se realizou um espectáculo do Cistermúsica, a antiga Biblioteca dos Monges de Cister abriu as portas para receber um concerto. Sem cadeiras na sala, por opção da organização, o público ocupou quase totalmente a sala, que contou com um mini-bar numa das extremidades, a funcionar durante o concerto. Ricardo Braga, “o quinto elemento dos Gift” voltou a estar presente num concerto, ao lado da habitual formação de metais que acompanha a banda. Sónia Tavares, Nuno Gonçalves, John Gonçalves e Miguel Ribeiro abriram o espectáculo com How de End, sucedendo-se o “hit” Fácil de entender e Actress, My Lovely Mirror, Wallpaper, Me, Myself and I, The Difference Between Us, Front of, Are you near, Butterfly e Blue Heart plus Cure.

Já perto da meia-noite, o público animou com o êxito Ok! Do you want something simple?, do album Vinyl, seguindo-se Music, Pure e In repeat. No primeiro encore, 645 e Driving You Slow voltaram a animar o público e deixaram água na boca nos fãs. O público, sempre fiel à banda de Alcobaça, pediu e os músicos, de partida para Espanha, regressaram ao palco para dois derradeiros temas: Question of love e So free.

Mario Lopes - in TintaFresca - Edição Nº 89 - 22 de Março 2008

The Gift :: Facil de Entender

The Gift no programa "Sexta a Noite" da RTP
14 de Março de 2008


The Gift :: Concerto com OML

The Gift com Orquestra Metropolitana de Lisboa



in Sic Noticias

The Gift :: Concerto alcobaça

A música dos The Gift num lugar inesperado para os fãs de sempre

Na noite do passado sábado, os The Gift inscreveram uma nova dimensão na monumentalidade do Mosteiro de Alcobaça. Nas entranhas de um espaço desde sempre reservado ao silêncio, gravaram um registo de modernidade. Não foi a primeira vez que a banda actuou no Mosteiro - em 1995 montaram palco no claustro e em 2001 na fachada principal, lugares há muito acessíveis aos mais diversos géneros musicais. Já a Biblioteca, miolo do edifício, é espaço reservado a que poucos têm acesso. Pela primeira vez, a sala foi aberta para um espectáculo a que os indefectíveis fãs do grupo não quiseram faltar. O espaço tem capacidade para mil pessoas. Não encheu, mas não foi preciso, a avaliar pela cumplicidade entre a banda e a plateia.

De pé, a maior parte apenas lobrigando o que se passava no palco, os fãs ligaram-se pelo fio do som. Logo na segunda música cantavam em uníssono com Sónia Tavares; sem necessidade de artifícios cénicos, as coisas correm ao sabor das músicas. Talvez por instinto - deduz-se pela surpresa de Sónia à pergunta no final do concerto - a imagem angélica da vocalista, criada pela camisa branca com folhos, projectava-se no palco como se quisesse criar um retábulo. "Não foi pensado!", respondia Nuno Gonçalves, explicando: "Quise- mos valer pela música, 60% das luzes estavam fora do palco e em termos de estética, está já sincronizada." Sónia socorre-se do número de concertos, "já são 300", para responder à sincronia que se pode detectar. "E rodeamo-nos dos melhores profissionais", remata.

Na noite de sábado estavam literalmente em casa e a banda sabia que ia ser assim. "Temos que piscar o olho às pessoas que estão há muito connosco", explicava Nuno, dizendo que, por isso, "preparámos um alinhamento especial com músicas que já não tocávamos há muito tempo e dificilmente fazíamos fora de Alcobaça".

Banda e fãs, todos perceberam a opção. O tom geral à saída era de quem recebeu aquilo a que havia adquirido à entrada: duas horas de música que já conhecia, até tem nos discos lá em casa, mas que pretendia ouvir ao vivo, num espaço inesperado.

Para lá chegar, o caminho é labiríntico - sem surpresas num edifício com mais de oito séculos. Imprevisto só se fosse o som, mas era esse o interesse das centenas de pessoas que seguiam como se avançassem por um trilho que os levava a um lugar de culto que rapidamente queriam alcançar. Juntaram-se num espaço por onde circularam, ao longo de décadas, os mendigos que o regime de Salazar arrancou das ruas de Lisboa para esconder a pobreza nacional.

Ontem, a banda retomava os concertos em Espanha, com espectáculo em Alicante. Mas vai ficar por lá mais uns meses e, em Julho, no dia 6, actua em Bilbau - "quase como cabeça de cartaz", orgulha-se Nuno, num festival para 60 mil pessoas.

JACINTA ROMÃO
in Diario de Noticias - 10/03/2008

The Gift :: Entrevista Sonia Tavares

Caminho das Estrelas: Sónia Tavares
O meu pai vê todos os meus concertos

Sónia Tavares, a vocalista dos The Gift recorda a infância em Alcobaça e fala da carreira do grupo.

Vi um comentário que dizia que a sua voz parece a do Tim Booth. Gosta da sua voz?
A cantar sim mas a falar não. Pareço aquela actriz da série ‘Nany’ que dizia “Hello, Mr.Sheffield’ (risos).

Tem preocupação em trabalhar a voz para que lhe soe de forma diferente?
Não. Durante algum tempo tive algumas aulas de técnica e respiração mas nunca fiz trabalho para a modificar.

Disse uma vez que não tem cuidados. Nunca ficou afónica num concerto?
Não. O que acontece às vezes a meio dos concertos, porque estou cansada ou porque há muito fumo, é pedir ao Nuno (mentor e instrumentista da banda) que tire uma ou duas músicas porque já não aguento mais.

Tem sido difícil fazer a vida quase permanentemente com três homens?
Não, porque nos conhecemos muito bem. Eles já sabem como me pôr chateada ou a sorrir. O que às vezes acontece é sentir-me sozinha, não por estar entre homens mas porque quando acaba um concerto eles podem ir sair e eu não porque no dia seguinte temos novo espectáculo. Em Nova Iorque quase chorei porque tive que ir para o hotel.

Numa banda mista não há o risco de os sentimentos se misturarem?
Acredito que sim mas no nosso caso não, até porque quando começámos éramos muito miúdos. Crescemos juntos e cada um teve sempre espaço para ter os seus namorados e as suas vidas. Ainda hoje a minha vida privada não se mistura com os Gift. Sempre nos vimos como uma família e prezamos isso. A mãe do John e do Nuno considera-me a irmãzinha que eles nunca tiveram.

E tem sido fácil manter a amizade no trabalho?
Sim, porque eles são todos boas pessoas.

Mas nunca se zangaram?
Já (risos) mas cinco minutos depois volta a estar tudo bem. Não há rancores quando se tem um objectivo em comum.

Cresceu em Alcobaça. Que memórias guarda da infância?
Foi um bocado solitária porque não tenho irmãos. Tinha apenas uma prima que de vez em quando ia brincar comigo. Onde me divertia mais era na escola.

Disse uma vez que em Alcobaça os jovens ou formam uma banda, ou se dedicam ao desporto, ou caem nas drogas. A sua relação com a música é conhecida. Como foi a sua relação com o desporto e com as drogas?
Não tive e por isso me dediquei à música (risos). Eu disse aquilo de forma metafórica. Há quem não escolha a droga, a música ou o desporto e viva feliz na mesma. Mas Alcobaça, de facto, tinha muito pouco para oferecer. Havia a banda filarmónica, onde podíamos aprender música, havia um clube de natação, ténis e hóquei, e depois havia cinema sábado à noite ou domingo à tarde, mas que só passava filmes dois meses depois de terem sido exibidos em Lisboa. As companhias de dança iam lá uma vez por ano e pronto.

E porque é que vos deu para a música?
Precisamente por haver pouca oferta, acho que nos agarrávamos mais às coisas. Se havia um concerto de dois em dois meses nós lá íamos ver, fosse do que fosse. Fomo-nos agarrando muito à vontade de ter uma banda, embora eu tenha caído um bocado de pára-quedas.

Como foi?
Foi o Miguel, que era o meu companheiro de tetris, que um dia me levou aos ensaios de uma banda da qual já fazia parte o Nuno, que, por sua vez, andava à procura de algo diferente e de alguém para cantar. Nesse dia, o Nuno virou-se para mim e disse-me: ‘E que tal tu?!”. E lá fui muito a medo. Foi assim que começou.

Foi fácil dar a volta a esse receio?
Sim, foi só começar. O mais engraçado é que eu não sabia sequer que conseguia construir letras ou melodias e fui eu que escrevi a nossa primeira música.

Como é que os seus pais vivem a sua carreira?
Desde o início estiveram sempre comigo. O meu pai vai a todos os meus concertos. Pega no seu carro e vai e vem sozinho, seja em Faro ou em Bragança.

E é muito crítico?
Só quando as coisas correm bem.

E houve algum concerto que vos tivesse corrido mal?
Lembro-me de um concerto na Nazaré em que o gerador era o motor de uma traineira que foi abaixo umas cem vezes. Há também um concerto, que demos na Festa do ‘Avante!’, em que ficámos sem som perante milhares de pessoas e tivemos que acabar o concerto a cantar com palminhas. Mas talvez a noite mais estranha que tivemos até hoje foi um concerto que demos no interior do Alentejo em que as pessoas saíram todas à rua com os seus fatos de lantejoulas.

Diz que é uma pessoa bem humorada. O que é que a tira do sério?
Teimar com o Nuno tira-me do sério (risos) mas pior é chegar a um hotel em Espanha e perceber que a casa de banho dá para todos os quartos. Não dormir tira-me do sério.

Diz que não tem caprichos. Todos temos. Pense lá bem?
(risos) Não sei!... O meu único capricho talvez seja dormir. Eu preciso de dormir senão não consigo cantar. Dêem-me uma cama. Quando chego a um hotel eu digo logo: “Não quero vista. Quero um quarto no fundo do corredor, pode ser o pior, mas aonde não vão as senhoras da limpeza, essas assassinas de aspirador.” (risos).

Chegou a estudar Antropologia?
Sim, mas fiquei pelo último ano.

Hoje seria antropóloga?
Não sei. Não penso nisso. Penso, sim, no que vou fazer quando isto tudo acabar.

E o que será?
Não sei (risos). Eu acho que não sei fazer mais nada. Estive há pouco tempo a dar voz para desenhos animados mas não posso vir a fazer disso vida.

"NUNCA QUIS SEGUIR A SOLO"
Considerada uma das melhores vozes nacionais, Sónia Tavares garante que nunca pensou seguir a solo. “Isso nunca me passou pela cabeça. Não quero seguir sozinha. É o Nuno que faz as músicas que eu gosto de cantar, é o John que direcciona as coisas para que tudo dê certo e é o Miguel que me conta piadas quando estou mal humorada.”

ÁLBUM DE MEMÓRIAS
Nascida a 11 de Março de 1977, na Nazaré, “porque em Alcobaça não havia maternidade”, Sónia Tavares entrou para os The Gift em 1994. O seu grande sonho é conhecer o Egipto.

in Vidas - Correio da Manha - 09/02/2008

The Gift :: Facil de Entender

Mariana Bragança e Helena Farinha representam colégio das Caldas em festival de canção

O dueto formado por Mariana Bragança e Helena Farinha venceu o concurso realizado no Colégio Rainha D. Leonor, no passado dia 23, que se destinava a apurar a representação daquela escola no Festival da Canção do grupo GPS.
Ao contrário do que aconteceu em edições anteriores, desta vez apenas foi escolhido um representante do colégio, independentemente da idade. As duas vencedoras não cabiam em si de tanta felicidade por terem conseguido ganhar. “Não estávamos à espera porque havia muito bons concorrentes”, comentaram.
Mariana e Helena deram mesmo alguns autógrafos aos seus colegas, recolhendo muitos aplausos das centenas de alunos que assistiram ao concurso de apuramento. Esta foi a primeira vez que as duas subiram a um palco para cantarem perante tanta gente e estavam muito nervosas.
O concurso contou com uma participação especial no júri, da vocalista da banda de Alcobaça, The Gift, Sónia Tavares, que é amiga de infância de uma das professoras envolvidas neste evento.
A artista contou que ficou surpreendida pela qualidade das interpretações e pelo facto dos jovens “levarem estas coisas tão a sério”.
Só aos 17 anos, quando os Gift se formaram, é que descobriu que sabia cantar bem. Antes disso nunca tinha tido nenhuma experiência vocal nesta área, embora fosse flautista num grupo de música de câmara. Curiosamente foi a partir de um concurso realizado num bar em Alcobaça que os Gift começaram a estar na ribalta do mundo da música.
Os Gift estão agora a apostar em fazer concertos em Espanha, onde lançaram recentemente o seu último álbum. No entanto, vão continuando também a actuar em Portugal. No Colégio Rainha D. Leonor era óbvio o sucesso que o grupo tem junto dos mais jovens, tendo em conta o tempo que Sónia Tavares esteve a dar autógrafos e a pousar para fotografias com os seus fãs.


Pedro Antunes in Gazeta da Caldas - 1 de Fevereiro 2008

The Gift :: Espanha

Três noites de festa em Madrid reforçam o sucesso dos The Gift

O êxito do grupo em Espanha obrigou a um concerto extra
O rapaz na primeira fila estremecia o corpo e erguia os braços. Sabia as letras, saltava, estava feliz, e atrás dele toda uma sala se levantava das cadeiras, ocupava o corredor, aproximava--se dos The Gift que, no palco, eram muito mais que executores de música - eram parte da mesma festa. Não se tratava de um concerto, era uma dessas noites que poderia durar toda a noite. Mais tarde, o rapaz, que vive nos Pirenéus e desceu o país para vir ao concerto, diria com o orgulho de quem descobriu algo precioso: "Vi-os pela primeira vez em 1998, éramos 20 pessoas numa sala." Em Madrid, quase dez anos depois, os The Gift esgotaram duas noites no Teatro do Circulo de Bellas Artes, com cerca de 500 lugares, e tiveram de fazer um espectáculo extra, na noite de sábado.

Numa entrevista a um jornal espanhol, Nuno Gonçalves afirmou que preferia tocar para 30 pessoas novas, que para 300 que já o conhecessem. Esse carácter temerário nota-se no percurso internacional da banda, que em 2007 fez mais de 50 concertos fora de fronteiras, em cidades como Nova Iorque ou Londres. Quando se está numa sala de concertos, esgotada, em Madrid, e se percebe como as pessoas, sejam espanhóis ou franceses, reconhecem os primeiros acordes de um tema, reagindo fisica e emocionalmente, faz pouco sentido o debate: cantar em português ou inglês? No caso que seja esta a autêntica internacionalização - tocar as pessoas ultrapassando as limitações de idioma ou de uma nacionalidade -, então os The Gift podem dar a volta ao mundo.

Os três concertos na capital espanhola têm como base o último disco, Fácil de Entender. Seguindo o conceito do álbum, o espectáculo tem uma primeira parte com temas mais tranquilos, que funcionam no espaço de um teatro como fucionariam num clandestino bar de jazz. Os elementos masculinos da banda apresentam-se de roupa negra. Sónia Tavares tem uma pluma no cabelo e, preso na elegância do vestido, um coração de filigranas negras. No final da primeira música, os músicos, de pé, ficam em contra-luz, e passam a ser estilizadas silhuetas negras, como numa banda desenhada de Frank Miller. O concerto tem um intervalo. No regresso, começa a festa. Os The Gift reaparecem com outra roupa, tudo é mais luminoso e agitado, como se numa festa privada entre o público e a banda.

Por tudo isto, uma das espectadoras, Maria, brasileira, comenta que o espectáculo é conceptual - uma palavra bastante atribuída ao grupo. Maria tem razão, mas a forma como ela mesma dança, sensual, revela que os The Gift são mais do que um conceito. Isso e a forma como Sónia Tavares interpreta a excelência das composições musicais. É algo mais que técnica. Por vezes, mostra-se física, dura, e depois delicada, tocando um piano miniatura cor-de-rosa; ou suavemente provocante, como se fosse a personagem feminina de um policial noir.

No final de tudo, Nuno e John Gonçalves não precisavam de falar para dizer que tudo tinha corrido bem. Ouviam elogios e falavam da caravana ao próximo Europeu de futebol. Os irmãos discutiam futebol com Zé Diogo Quintela, dos Gato Fedorento, que viajara de Lisboa para o concerto. O futebol e a música. Os preconceituosos talvez duvidem desta coexistência mas, para Nuno, música e futebol têm algo em comum - a intensidade que parece pôr em tudo o que faz.

Nas noites de fim-de-semana, a capital espanhola é uma enorme cidade, com demasiadas pessoas na rua, para que possa ser conquistada. Mas naquele teatro, cheio de espanhóis de bra- ços ao alto, os The Gift assombraram aquela que diz ser a capital europeia da festa.

HUGO GONÇALVES, Madrid - Diario de Noticias - 20 de Janeiro de 2008