Saturday, December 08, 2007

The Gift :: Entrevista

THE GIFT EM ENTREVISTA
Espanha aguarda pelos The Gift


O novo tema dos The Gift – In Repeat – acaba de ser estreado, num concerto, em Alcobaça, onde participaram também os X-Wife, Loto, Gomo, The Room 74 e Slimmy. A banda portuguesa é já uma referência no panorama musical português, e desde a sua constituição, em 1994 tem somado sucessos e aumentado o seu número de fãs. O tema In Repeat foi composto para uma colectânea sobre a cidade de Lisboa. O convite foi endereçado aos The Gift por Rodrigo Leão, também presente com um original nessa mesma colectânea. O tema foi composto em Alcobaça, gravado e produzido em dois dias apenas. O conceito sonoro é uma clara homenagem aos universos 80 de dança muito presente em clubes de Lisboa como o Frágil.
Este mês, Sónia Tavares, vocalista dos The Gift, falou ao Ensino Magazine e explicou como o Fácil de Entender Tour está a ser um sucesso em Portugal. De caminho anunciou uma tournée em Espanha, já a partir de Setembro.

Os The Gift estão a realizar mais uma tournée pelo país, denominada Fácil de Entender Tour. O feed back do público tem sido o esperado?
Sim, os concertos têm estado sempre cheios. Nós queremos fazer das festas em que participamos uma verdadeira festa da música e o público está a gostar. Numa primeira fase actuámos em auditórios com capacidade para 500 pessoas e depois alargámos os espectáculos a outro tipo de concertos, como festas de verão e de estudantes. Tem sido óptimo!

Este tour contempla muitas actuações durante o verão?
Até Setembro vamos continuar a tocar, e depois vamos arrancar para Espanha, onde o nosso disco também está à venda. Iremos realizar vários concertos no país vizinho e ainda não sabemos qual o tempo que irá durar essa tounée espanhola.

Têm actuado em vários países, já começaram a ter resultados desses vossos concertos?
Sim, sobretudo em Espanha, temos tido um feed back positivo em termos de vendas. Apostámos em Espanha pois as pessoas entendem a nossa língua e o trabalho está a ser bem acolhido. Fizemos dessa internacionalização uma aposta forte com a EMI. Espero que continue a dar mais frutos.

O facto de terem a vossa própria editora, é uma mais valia?
Em Portugal sim, pois permite-nos ter a liberdade de fazer tudo sozinhos e apresentar espectáculos como o que fizemos em Proença-a-Nova, por exemplo. No estrangeiro é mais complicado e aí temos que encontrar parceiros com a força necessária para chegarmos ao público certo. Foi o que aconteceu em Espanha, com a EMI.

Já é possível fazer um balanço em termos de vendas do último disco?
Foi muito bem acolhido. Saiu antes do Natal o que terá contribuído para as vendas. Mas não faz sentido lançar um disco e não o tocar. É isso que estamos a fazer por todo o país, divulgando-o e também ao grupo, pois concerteza que há muita gente que ainda não nos conhece. Mas o nosso trabalho está a ser reconhecido pelo público.

Um dos temas fortes, É Fácil de Entender, cantado em português, estava escondido num outro álbum. Como é que surgiu recuperar esse tema e fazer uma nova versão?
Aconteceu um pouco por aquilo que fizemos com outras canções. Recuperámo-las, demos-lhes novas cores, sons e instrumentos. O Fácil de Entender, como tinha apenas piano e voz, entendemos que valia a pena vesti-lo de maneira diferente. É uma canção que complementa tudo aquilo que nós somos e que era a ideal para dar a cara a este disco. E o disco é mesmo fácil de entender.

Esse foi o segundo tema a ser cantado em português pelos The Gift, no futuro pensam voltar a compor e cantar em português?
Isso depende da inspiração e dos momentos. Mas não fechamos essa porta...

A língua portuguesa é uma barreira para passar fronteiras?
Não, é uma mais valia. Temos consciência que a música portuguesa, sobretudo através do fado, já tem o seu lugar fora de Portugal. Por exemplo, nos Estados Unidos ou na Inglaterra será mais fácil marcar a diferença a cantar em português, pois há muitas bandas a cantar em inglês e nós seríamos apenas mais uma. De qualquer modo, o que interessa é comunicar e a comunicação está para além do idioma e da linguagem. A Mariza, por exemplo, chega a um país qualquer, canta em português e consegue comunicar com as pessoas, mesmo que elas não percebam a nossa língua.

Que tipo de mensagens gosta de passar para o público com as letras dos temas?
Gosto de transmitir alegria, independentemente das músicas serem um pouco mais tristes ou alegres.

Para quando um novo trabalho de originais?
Se tudo correr bem, talvez no final de 2008. Neste momento estamos em tournée e para elaborar um álbum de originais é preciso parar.

Como é que analisa o panorama musical português?
Cada vez mais há boas bandas portuguesas, a vários níveis, desde o pop ao rock e ao novo fado. É preciso por os olhos em Portugal e perceber que estamos muito destacados no que diz respeito à nova geração de música. Os festivais internacionais em que temos participado demonstram isso mesmo. É pena que não consigamos singrar no estrangeiro e que não haja o apoio do Estado, pois a nova geração da música portuguesa também é cultura.

in Ensino Magazine - Julho de 2007